O IPCA é um índice de inflação, considerado um dos mais importantes na economia brasileira, por se tratar de um termômetro que avalia o poder de compra das famílias.
Dessa forma, além da movimentação dos preços dos bens, custos e serviços no País, está diretamente ligado à rentabilidade de investimentos e financiamentos imobiliários.
Confira, a seguir, tudo que você precisa saber sobre o IPCA, a inflação, seus impactos na economia brasileira e no seu bolso.
O que é inflação?
A inflação é o termo dado ao aumento generalizado dos preços de produtos, bens e serviços.
Ou seja, como é natural que os preços estejam sujeitos a variações numa economia de mercado, a inflação é um indicativo de que houve um aumento geral dos valores, e não apenas de artigos específicos.
Porém, este crescimento generalizado prejudica o consumo das famílias, pois a partir de preços muito elevados, é difícil manter os custos da casa e sustentar a rotina de uma forma tranquila.
O que pode causar inflação?
Existem diversos fatores que podem causar a inflação, sendo os principais:
- Demanda alta;
- Aumento de custos de produção;
- Expectativas inflacionárias;
- Maior emissão de moeda;
- Gastos governamentais sem planejamento.
Portanto, são todas as ações que podem resultar no aumento do custo de vida para o consumidor e para as empresas, devido a elevação do preço dos produtos e a desvalorização da moeda.
Dessa forma, como os preços da economia se ajustam conforme a demanda e a oferta por produtos e serviços, é importante lembrar que quando a demanda por determinados produtos é maior do que a capacidade de fornecê-los, a tendência é o preço aumentar.
O que é IPCA?
Criado em 1979, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, conhecido popularmente como IPCA, é um indicador de inflação, considerado um dos índices mais importantes para a economia brasileira.
Isto porque, é responsável por medir a variação dos preços dos produtos e serviços, vendidos no varejo, consumidos pelas famílias que possuem renda entre 1 e 40 salários mínimos.
É um indicador do custo de vida, cujo objetivo é entender se houve aumento ou redução no poder de compra das famílias, por meio da movimentação dos preços.
Dessa maneira, se num período de um ano para o outro, a variação do seu salário for menor do que o IPCA, o seu poder de compra será menor, pois os preços possivelmente irão subir mais do que a sua renda.
Porém, se a inflação e o seu salário tiverem a mesma variação, o seu poder de compra se manterá. Assim como, ao receber um aumento acima do IPCA, o poder de compra aumentará.
Como é calculado o IPCA?
Para determinar se os preços subiram, diminuíram ou permaneceram no mesmo patamar, mês a mês, o cálculo considera o preço dos produtos julgados básicos para a população, dentre alimentação e moradia.
Os produtos selecionados para o cálculo são definidos pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dentre eles, estão: alimentos como arroz e feijão, além de outros itens que envolvem vestuário, gasolina, aluguel, e até mesmo, gastos com saúde e educação.
Portanto, são considerados os custos entre os dias 1 e 30 de cada mês em lojas e estabelecimentos. Além disso, são consultados os preços de empresas de serviços públicos, como água ou energia elétrica, internet, mensalidades escolares, e atividades de lazer.
Para realizar o cálculo do IPCA, que possui abrangência nacional, o IBGE faz uma pesquisa mensal, chamada de Pesquisa de Orçamentos Familiares – conhecida como POF, em regiões metropolitanas específicas de diversas capitais do Brasil, como:
- São Paulo;
- Rio de Janeiro;
- Porto Alegre;
- Brasília;
- Aracaju;
- Belém;
- Curitiba;
- Belo Horizonte;
- Rio Branco;
- Vitória;
- São Luís;
- Goiânia;
- Fortaleza;
- Campo Grande;
- Recife;
- Salvador.
O que é IPCA acumulado?
O IPCA acumulado é uma soma das taxas mensais do índice em períodos específicos. Portanto, ao calcular o IPCA de um mês até o outro, o resultado é o que ajudará os economistas a entender as movimentações dos preços nos próximos meses.
A partir do IPCA acumulado é possível avaliar a evolução da inflação ao longo de um determinado período, bem como a variação do custo de vida das famílias brasileiras.
Por esse motivo, o IPCA acumulado em doze meses é uma das avaliações mais utilizadas pelos profissionais da área, já que funciona como uma referência bastante específica. Também é muito utilizada para referencial de investimentos e ajustes salariais.
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Meta de inflação
Para evitar que a inflação seja um problema na economia, a principal ferramenta utilizada pelo Banco Central é a taxa básica de juros, portanto, a Taxa Selic. Dessa forma, ao identificar que os preços estão subindo, a Selic é aumentada.
Ou seja, o Banco Central estabelece uma meta de inflação, para compreender quando é necessário que a movimentação da taxa básica seja de aumento ou diminuição, conforme a necessidade econômica do país naquele momento.
Afinal, como as taxas mais altas tendem a encarecer o crédito, podem frear o consumo. Então, é a partir desta situação que os juros podem ser reduzidos para que a economia possa ser estimulada e estabelecida de uma forma mais harmônica.
E caso, ainda assim, estas medidas não sejam suficientes e o IPCA divulgado pelo IBGE esteja em um patamar acima do que foi previsto anteriormente, cabe ao presidente do Banco Central entrar em contato com o ministro da Fazendo para tomar novas ações, com o objetivo de conter a inflação.
Como o IPCA pode impactar os investimentos e financiamentos imobiliários?
O impacto do IPCA nos investimentos e financiamentos imobiliários está diretamente ligado à rentabilidade, ou seja, ao valor que o investidor ganha em alguma transação.
Pois, ao analisar o retorno financeiro que um investimento ou financiamento pode oferecer, em primeiro lugar, para entender se é positivo ou não, existem índices que funcionam como referências para estas determinações, sendo o IPCA um deles.
Portanto, a rentabilidade, quando positiva, é uma maneira de garantir a manutenção e o crescimento do poder de compra do dinheiro ao longo de certos períodos.
Assim, no caso do IPCA, ao analisar a variação dos preços dos produtos e serviços, é possível compreender qual é a rentabilidade real de um investimento ou as vantagens de um financiamento imobiliário, a curto e longo prazo.
Isto porque existem investimentos atrelados ao IPCA, como: títulos públicos, debêntures e fundos de inflação. Assim, como grande parte dos financiamentos imobiliários são reajustados de acordo com o IPCA. O saldo devedor do comprador também pode aumentar mais ou menos, conforme a inflação.
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